SOUZA: O MAIOR PILOTO DE TODOS OS TEMPOS Episódio 2: O caminho pra Moto Mundial e o amigo Neto
E aê Galera... agora é comigo!
Seguindo
na abstinência da velocidade, dou seguimento à minha obra literária, um conto
que me surpreendeu pelo enorme sucesso (acho que vou publicar). Relembrando que
trata-se de uma obra de ficção onde qualquer semelhança com fatos, datas ou
nomes não passam de mera coincidência.
Episódio 2: O caminho pra Moto Mundial e o amigo Neto.
No
final do episódio anterior, vimos nosso protagonista, Adilson Souza dos Santos,
cedendo à pressão e casando-se com Vivian, sua namoradinha de adolescência
antes de seguir para a Itália, onde ele iria competir em motos. O casal não foi
sozinho: com eles foi um amigo de Adilson, o Neto – muito próximo desde a
pré-adolescência – e os três foram dividir uma moradia pequena num subúrbio na
Calábria para que Adilson fosse fazer seu 1° ano como piloto de corridas na
Itália.
Não
demorou para Adilson – logo chamado de “dos Santos” pelo seu sobrenome – se
destacasse e começasse a vencer corridas e ao longo do ano estabeleceu uma
forte rivalidade com um outro piloto de sua equipe Chichi Echeverria,
igualmente habilidoso, com quem dividia vitórias e pódios. Se na pista Adilson
(ou dos Santos como estava começando a ficar conhecido) esbanjava arrojo,
ímpeto e habilidade, em casa as coisas eram bem diferentes. O orçamento era
curto e a atenção para a jovem esposa era menor ainda, com a mocinha ficando
relegada ao 3° plano... porque o 2° era partilhar e discutir as experiências
dos treinos e corridas com o amigo Neto.
Ao
final da temporada, “dos Santos” sagrou-se campeão italiano de motos pequenas.
Com o troféu nas mãos e o prestígio do título conquistado na bagagem, retornou
aos seu país, à sua cidade natal e ao seio familiar, cheio de orgulho... e
novamente foi pressionado pelo pai, Dr. Wilton, que o parabenizou e disse: "muito bem, você mostrou seu valor e foi campeão. Agora é hora de assumir seu
lugar na empresa". Entretanto, o pequeno Deco estava se sentindo gigante... um
“Decão”! Confrontou o pai com mais força e disse que ia conseguiu patrocinadores
para voltar para a Itália e correr o campeonato de motos de média potência.
Isso irritou Dr. Wilton profundamente e não fosse a providencial ação de D.
Zezé as coisas iam ficar feias na morada dos Santos.
As
resoluções de Adilson não se limitavam apenas à decisão de voltar para a Europa
e continuar sua carreira como piloto. Ele também tinha uma decisão na vida
pessoal: Depois de uma temporada sem uma volta sequer completada, ele decidiu
dar uma “bandeira preta” para a esposa, Vivian, que não se sentia feliz na vida
dura que levava na Itália e que não tinha a devida atenção do marido. Estava
decidido: o casamento, que foi uma ação forçada, tomava o rumo dos boxes para o
abandono.
E no
início do ano Adilson seguiu para a Europa a fim de disputar sua segunda
temporada. Motos maiores, maiores desafios, mas nosso herói não estava sozinho.
O amigo Neto foi com ele! Em seu novo desafio Adilson tomou uma decisão antes
mesmo do campeonato começar: ele não seria mais “dos Santos”. Uma vez que seu
pai não o apoiava, decidiu usar o nome do meio, que veio da sua mãe e assim,
passou a se apresentar como “Adilson Souza”.
O
segundo ano competindo foi ainda melhor que o primeiro e as vitórias de Adilson
Souza começaram a ser noticiadas na grande mídia do país. Ele começava a ser
visto como a grande promessa de termos mais um campeão na Moto Mundial,
seguindo os passos de seus dois compatriotas que chegaram ao título máximo nas
competições internacionais. No seu país, a família começava a assimilar o fato
de que aquele era um caminho sem volta. Adilson foi campeão novamente já era um
piloto disputado pelos chefes de equipe para a temporada seguinte, nas Motos
Especiais, que tantos grandes pilotos revelou e serviram de trampolim para a
Moto Mundial, a maior competição do mundo.
Adilson
entrou para a equipe mais forte da categoria para o campeonato das Motos
Especiais e começou o campeonato de forma avassaladora, vencendo diversas
corridas em sequência. Mas assim como ele teve no primeiro ano um duro
adversário em Chichi Echeverria, no seu terceiro ano competindo na Itália ele
teve em Marco Brunella seu grande desafio para conquistar o terceiro título e a
disputa ultrapassou o limite da esportividade: Adilson Souza mostrou estava
disposto a tudo para ser campeão e em uma corrida liderada por Brunella, que
colocaria o italiano em condições de se sagrar campeão ao final da temporada,
Adilson jogou a moto pra cima da moto de seu adversário e os dois foram pra
fora da pista e da corrida. Por pouco a moto de Adilson não atingiu o capacete
de seu adversário. Ao final do ano, Adilson Souza foi campeão nas Motos
Especiais.
Mas
aquela não foi a única conquista de Adilson Souza naquele ano. Com suas grandes
performances, ele chamava a atenção dos chefes de equipe da Moto Mundial e foi
convidado para fazer alguns testes com as poderosas motos da categoria. De
forma consistente, Adilson Souza foi fazendo destes testes momentos de prova de
sua capacidade, virando mais rápido que os pilotos titulares das equipes que
lhe deram esta chance... exceto em uma, a do bicampeão (e seu compatriota)
Elton Roquet, que estava no auge da forma.
No final
do ano Adilson Souza assinou contrato com uma equipe média e garantiu uma vaga
no grid da temporada da Moto Mundial. A imprensa em seu país estava em êxtase.
Adilson era aquele estereótipo que a sociedade conservadora aplaude: bom filho,
educadinho, sempre atencioso com a imprensa, com um “ar de timidez” contida.
Era a ferramenta de marketing perfeita para qualquer produto e para alavancar a
audiência do canal de TV que transmitia as corridas da Moto Mundial. Cidão
Romeno, o principal narrador de esportes da emissora, tratou logo de “tornar-se
o melhor amigo” da estrela ascendente... mas este lugar tinha dono no coração
do nosso herói: era o amigo Neto!
Não
percam na semana que vem, o Episódio 3: Adilson Souza; piloto e Macho Man.
Felicidades
e velocidade,
Paulo
Alencar



