SOUZA: O MAIOR PILOTO DE TODOS OS TEMPOS Episódio 6: A insana idolatria e a deturpação da história

 

O “modo abstinência” de velocidade está chegando ao fim, assim como a minha obra literária, um verdadeiro sucesso na web, relembrando que trata-se de uma obra de ficção onde qualquer semelhança com fatos, datas ou nomes não passam de mera coincidência.

Como vocês viram, o calendário de corridas de 2025 já começou. Tivemos as Mil Milhas Brasileiras, a abertura da temporada da verdadeira categoria das corridas de caminhões, a Fórmula Truck, que tiveram as crônicas das corridas escritas pelo nosso Capitão. Depois de muita negociação chegamos a um acordo e eu devo voltar a escrever regularmente no site Nobres do Grid (eles não podem viver sem mim. HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA) em breve.


Episódio 6: A insana idolatria e a deturpação da história

A trágica e precoce morte do maior piloto de todos os tempos, transmitida ao vivo para todo o mundo iria mudar as competições profundamente. A Moto Mundial mudou, tanto como competição como nas normas de segurança, mas nada disso traria Adilson Souza de volta (a gravidade do acidente não deixa dúvidas do óbito na pista, mas se este fosse declarado, a corrida não ia recomeçar e isso era “ruim para o negócio).

Seu corpo foi transportado para seu país e teve escolta de honra com aviões da Força Aérea nos céus até o pouso. O país literalmente parou para acompanhar o desembarque do corpo e o cortejo que cruzou a capital do país até o palácio do governo. Nem quando faleceu um chefe de estado houve tamanha comoção no país e tantas honras, nem 10 anos antes quando o homem que mudou politicamente a nação sucumbiu após meses de sofrimento médico.

Autoridades estiveram presentes, pilotos de todas as categorias, da motovelocidade e do automobilismo, atletas de diversos esportes, políticos de todas as correntes políticas, empresários de todos os seguimentos, mas uma situação chamou a atenção de todos: a irmã de Adilson Souza, Juliane, “elegeu uma viúva” para ser a “vítima de coração partido”: a apresentadora de TV Francisca Rapunzel (aquele mesma que bateu a porta na cara do “namorado” na festa de páscoa alguns anos antes). À Mariane Dorotheu coube um papel de coadjuvante, sendo ignorada por todos os membros da família Souza dos Santos.


Diversos pilotos da Moto Mundial, em atividade e aposentados, compareceram ao velório e foram eles que conduziram o caixão – que veio lacrado da Europa para o país e em nenhum momento foi aberto – até mesmo com o cara de pau do Croissant Reux se dizendo “amigo” fez questão de estar presente. Mariane Dorotheu foi engolida pela multidão em torno do caixão, dos pilotos, da família e da “viúva oficial”, Francisca Rapunzel. O belo dia de sol quando do sepultamento do herói da velocidade contrastava com a tristeza que se abatia sobre a nação.

Se havia uma coisa que a família Souza dos Santos sabia fazer era ganhar dinheiro e mesmo com a “galinha dos ovos de ouro” morta eles encontraram uma forma de fazer com que a idolatria à Adilson Souza se perpetuasse. Criaram uma fundação (que obviamente tem benefícios fiscais) e associaram a “marca do piloto”, com o nome Souza, a todo tipo de produto possível, com as empresas que patrocinavam o falecido piloto e para garantir a imacularidade do herói, chegaram ao extremo de controlar publicações – livros e biografias – produções audiovisuais e qualquer coisa que mencionasse o nome, usasse imagens e até citações.


Com todo este controle a família multiplicou a fortuna ganha nas pistas pelo mundo, construiu uma imagem de “ser humano perfeito”, de um cidadão acima do bem e do mal, de quase um Deus, com uma máquina de propaganda muito bem lubrificada para perpetuar a imagem de Adilson Souza para sempre, com “verdades destorcidas”, humanidades convenientemente formatadas para que ele fosse lembrado como o maior piloto de todos os tempos e venerado como um ídolo.

Fim

Felicidades e velocidade,

Paulo Alencar

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